quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

AFNB - Boletim 80 - Destaque: "Quanto vale a minha coleção?"

Já foram encaminhados para todos os associados, neste início de ano, a edição de número 80 do Boletim, Ano 18 - publicação trimestral Jul/Set de 2013. São vinte e oito páginas dedicadas ao colecionismo em geral, vale conferir as matérias publicadas.

   A ilustração da capa mostra a tela do pintor suíço François-Emile Barraud (1899-1934), denominada "Le Philateliste" (O Filatelista, "Hábito de colecionar selos"). A frase que serviu de referência pra a capa "QUANTO VALE A MINHA COLEÇÃO"  é abordada na página 07. Transcrevemos a seguir o artigo na íntegra:

Filatelia -  O Valor das Coleções
Tradução de Jorge Lara - AFNB

"Em geral, quando tratamos de estabelecer o valor de uma coleção, especialmente aquelas compostas unicamente por selos, devemos começar estabelecendo seu valor de catálogo. Mesmo que tenhamos encontrado grandes discrepâncias entre a escassez de certos selos e o preço que o Scott lhes confere, ao estabelecer o valor de uma coleção com base nesse catálogo temos uma boa referência.

   Mesmo quando se diz ao proprietário que não estamos interessados em comprar sua coleção, invariavelmente é solicitado que façamos uma avaliação. Em relação à soma que se poderia esperar pela coleção, geralmente lhe é antecipado que não espere obter mais de 25% do valor de catálogo.

     Não deveríamos deixar a nossos herdeiros o "problema" da venda de nossas coleções, especialmente se são valiosas. Sob essa premissa, a todos nos chega o momento de nos despojar de nossas amadas coleções. Quanto podemos razoavelmente esperar por elas? Perdoando os sem sensos, existem coleções e coleções. Existem coleções compostas de milhares e milhares de selos daqueles que encontramos em qualquer correspondência, e aquelas coleções nas quais encontramos, além das grandes joias dessa área, provas, variedades, erros, etc. A isto se soma a condição dos selos. Como é de se supor, entre esses extremos existe todo um abismo entre os valores que podemos aspirar em ambos casos.

   Afinal de contas, não demos resposta à pergunta que deu título a essa nota. Lamentavelmente não temos resposta. Existem muitos fatores envolvidos. Por exemplo: A quem estamos oferecendo a coleção? A um comerciante? A um colecionador? No primeiro caso a soma que o comerciante estará disposto a pagar, em geral, será menor do que aquela que um colecionador podia pagar por toda coleção, pois, o mais provável, é que o comerciante só possa vender rapidamente uma pequena parte (o filé) do montante com que cobrirá o que pagou pela coleção e unicamente obterá benefícios quando consiga vender o resto (ossos).

    Recentemente lemos no The American Philatelis uma carta de um membro da APS que se queixava de que ao vender sua coleção não tinha conseguido que um comerciantes lhe desse mais de 20% do valor de catálogo. O leitor se queixava em forma velada, pelo baixo preço recebido e sugeria que a APS usasse sua influência para que Scott revisse as cotações que dava em seus catálogos.

    Com relação às cotações do Scott (e em qualquer outro catálogo), se apresentam duas situações. De um lado estão as peças de alto valor. Nesses casos, é possível que os preços que aparecem no catálogo sejam os alcançados nos leilões recentes. O caso dos selos recentes, aos quais o catálogo lhes confere um preço mínimo de 25 centavos para os exemplares usados, é evidente que esse valor não reflete nem remotamente o valor comercial de qualquer exemplar recente que você pode conseguir em um pacote de US$2 dólares o cento.
   
    Em resumo, o colecionismo de selos é um passatempo e como tal deve se considerar. Se você coleciona pensando na soma que obterá quando vender sua coleção estará jogando pela janela a parte mais saborosa do bolo."
Fonte: "El Filotelico", órgão da Sociedade Filatélica Dominicana, Ano 36, No. 206, Jul/Set 2012, p.4, tradução de Jorge Lara, da AFNB




Nenhum comentário:

Postar um comentário