domingo, 22 de outubro de 2017

Bicicletas Antigas - Brasil

SOBRE A MINIFOLHA
A minifolha, com oito selos, apresenta seis exemplares de bicicletas existentes no Brasil,
desde 1890 até 1960. São modelos revolucionários para suas respectivas épocas, que tornaram-se ícones na história desse veículo no País. Alterando os paradigmas de representação, os desenhos avançam pelo papel, ultrapassando os limites dos selos, simulando um passeio ciclístico. A cor do fundo da folha, em sépia, faz referência ao passado, dando unidade às imagens. Todos os selos apresentam o logotipo da “Exposição Colecionar 2017”, assim como a vinheta no final da folha. Foi utilizada a técnica de computação gráfica sobre ilustrações em aquarela e nanquim.
Arte: Cristiano Seixas/Ghost J
Texto descritivo do Edital
Bicicletas Antigas
No final do século XIX, a bicicleta chegou ao Brasil trazida pelos imigrantes vindos da Europa. Os primeiros relatos de sua existência em território brasileiro são do Paraná, mais precisamente em Curitiba, cidade que recebeu muitos imigrantes desde a segunda metade do século XIX.
Entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, a bicicleta era um produto muito distante para a realidade brasileira. O custo de importação era elevado e não haviam fabricantes em território brasileiro. Mesmo assim, a partir de 1895, as bicicletas já podiam ser vistas nos estados do Sul e em São Paulo. Nesse ano, havia grande número de pessoas que possuíam esse veículo e o utilizavam para transporte.
No início do século XX, as marcas de bicicletas que dominavam o mercado eram: Bianchi, Lanhagno, Peugeot, Dupkopp, Phillips, Hercules, Raleigh, Prosdócimo, Singer, Caloi e Monark, todas importadas da Europa ou dos Estados Unidos. As marcas Prosdócimo, Monark e Caloi, eram bicicletas montadas no Brasil, sendo suas peças adquiridas de seus países de origem.
Em meados da década de 1940, em razão das dificuldades de importação das peças, devido à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), empresas como Caloi, Monark e Irca (Irmão Caloi, uma cisão da família Caloi) iniciaram a produção de grande parte das peças e, a partir da década de 1950, as bicicletas dessas marcas passaram a ser produzidas integralmente no Brasil, com incentivo do governo de Getúlio Vargas, que visava fortalecer a indústria nacional e a criação de postos de trabalho.
Assim, surgiriam as bases de uma indústria que se deslancharia na década de 1950. Em abril de 1948, a Monark e a Caloi, que antes também importavam marcas europeias de boa qualidade, iniciaram suas atividades comerciais e industriais. A fabricação e comercialização de bicicletas no Brasil tiveram grande expansão. Além das marcas citadas, outras surgiram. Os empresários desenvolveram condições para produzir modelos de quadros e paralamas utilizados em montagens próprias, alcançando excelente qualidade. Na época, as bicicletas nacionais possuíam nível de qualidade necessário para enfrentar a concorrência das importadas provenientes da Europa, e podiam ser compradas nos magazines mais populares da época.
Na década de 60, sem incentivo do governo militar, as marcas menores foram absorvidas por outras indústrias até que só restaram duas marcas no Brasil, formando um monopólio que perdurou até a abertura do mercado nacional às bicicletas fabricadas em Taiwan, China e Japão, no início dos anos 90. A partir desse momento, o mercado sofreu brutal transformação devido à entrada de produtos de altíssima qualidade e a definição do perfil do consumidor ciclista, que se tornou mais exigente. Nesse momento, o conceito de mountain bike também começou a incomodar o mercado de bicicleta existente.
A mountain bike brasileira surgiu no Rio de Janeiro. Foram os cariocas que importaram bicicletas e formaram grupos de amigos para pedalar em percursos por trilhas, estradas vicinais e velhas fazendas. Quem não tinha acesso a uma importada improvisava adaptações nas bicicletas nacionais. A difusão do esporte fez a modalidade mountain bike estourar no Brasil inteiro.
Outra promoção do final da década de 1980 foram os passeios noturnos pelas ruas da capital paulista. Em 1989, esses passeios informais deram origem ao Night Biker e, em seguida, surgiu o Night Biker’s Club do Brasil, com a finalidade de promover passeios noturnos, fomentar o mountain bike e difundir conceitos relativos à educação e segurança do ciclista.
O movimento é apontado como fator importante na consolidação no País do ciclo ativismo, conhecido na língua inglesa como bicycle advocacy, e que consiste em atividades de defesa dos direitos dos ciclistas no uso da via pública, visando melhorar as condições para pedalar e popularizar o uso da bicicleta como veículo.
Em 1982 foi fundada a Federação Metropolitana de Ciclismo do Distrito Federal, com o objetivo principal de desenvolver o desporto do ciclismo para estimular a utilização da bicicleta como prática competitiva, meio de transporte, atividade física, lazer, entretenimento e turismo. Para empregar estas ações e promover o crescimento do ciclismo na região do Distrito Federal, a Federação investe na organização de eventos e competições para a população em geral, além de contribuir na construção de espaços apropriados para a utilização das bicicletas em todo o DF.
Com essa emissão, os Correios retratam uma breve história das bicicletas no Brasil, bem como divulga a prática do ciclismo, esporte saudável e de baixo custo, transporte ecologicamente correto, cuja prática cria um ambiente amistoso e integrador entre seus adeptos.
WANDERSON TOSTA
Presidente da Federação Metropolitana de
Ciclismo do Distrito Federal

Um comentário:

  1. Bom dia,tenho uma bicicleta antiga de nome nata,vc sabe me informar alguma coisa a respeito dessa marca?

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