Sobre os Selos
A folha de selos é composta por
fotografias de três diferentes e
exóticas espécies da nossa fauna:
as larvas do besouro Pyrearinnus
termitilluminans, que proporcionam
o fenômeno conhecido como
Cupinzeiro Luminoso, a Preguiçade-Coleira e o Mico-leão-preto.
Nas fotos, tomadas em ambiente
natural, foi possível destacar
a cativante beleza dos dois
mamíferos e as peculiaridades do
fenômeno luminoso do cupinzeiro,
contrastando o forte matiz verde
com o fundo de gradiente escuro do
anoitecer. Foram usadas as técnicas
de fotografia e computação gráfica.
Lançamento: 23 de setembro de 2019 Fotos: Ary Bassous (cupinzeiro luminoso), Gabriela Cabral Rezende (mico-leão preto) e Fabio Lima/Instituto Tamanduá (preguiça-decoleira). |
Os Correios, através da filatelia, têm a honra de apresentar três
novos selos da rica fauna brasileira: o cupinzeiro luminoso, o mico-
-leão-preto e a preguiça-de-coleira.
Cupinzeiros Luminosos – Observados no Brasil Central constituem um fenômeno impressionante que aparece em relatos de
viajantes e naturalistas desde o século XIX. Essa luminosidade ocorre no início da estação chuvosa e dura apenas algumas semanas.
Os pontos luminosos que aparecem na superfície dos cupinzeiros
construídos pelo cupim Cornitermes cumulans são larvas de um
besouro (Pyrearinnus termitilluminans) que medem cerca de 2 cm
e cavam túneis na parede externa. Durante a noite a larva expõe
parte do corpo através de uma abertura e usa a luz esverdeada emitida por seus órgãos bioluminescentes para atrair presas, especialmente cupins e formigas alados, que revoam em grande número à
noite. Cada cupinzeiro pode conter até cerca de 200 larvas.
Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) constrói ninhos de barro de
forma aproximadamente cônica e com uma parede externa dura,
com altura média em torno de 80 cm. Ninhos velhos podem atingir
altura de cerca de 1,5 m.
Pyrearinnus termitilluminans (Costa, 1982) é um besouro da família Elateridae que possui órgãos bioluminescentes na larva e no adulto. Na larva a bioluminescência é produzida por um par de órgãos
arredondados localizados no pronoto, a região dorsal do primeiro
segmento do tórax. Como nas outras espécies de besouros luminescentes, a luz é produzida através de uma reação química que envolve
a oxidação de uma substância chamada luciferina. Essa luz pode ser
usada para comunicação entre indivíduos da mesma espécie ou para
a atração de presas. Essa espécie de besouro é conhecida apenas no
Brasil.
Reginaldo Constantino,
Ph.D.
Departamento de Zoologia,
IB, Universidade de Brasília
Mico-Leão-Preto – Dentre as quatro espécies de micos-leões que
a Mata Atlântica Brasileira abriga, está o mico-leão-preto, Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823), a espécie símbolo do estado de
São Paulo. Isso porque ela existe apenas nesse estado, nos remanescentes de Mata Atlântica de Interior e matas ciliares. Devido à intensa
devastação dessa floresta e fragmentação de seu habitat, a espécie
sofreu uma redução significativa da população a aproximadamente
1500 indivíduos. Para se ter uma ideia, o mico-leão-preto foi considerado extinto por 65 anos, devido à ausência de registros na natureza,
até sua redescoberta em 1970.
Os micos-leões-pretos são pequenos primatas que pesam cerca
de 600 gramas quando adultos. Têm o corpo coberto por uma pelagem longa, predominantemente preta, com exceção do dorso que
apresenta coloração alaranjada. Recebem esse nome por conta da
pelagem da cabeça, que se assemelha a uma juba de leão.
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