sábado, 5 de outubro de 2019

Riquezas da Fauna Brasileira

Sobre os Selos 
A folha de selos é composta por fotografias de três diferentes e exóticas espécies da nossa fauna: as larvas do besouro Pyrearinnus termitilluminans, que proporcionam o fenômeno conhecido como Cupinzeiro Luminoso, a Preguiçade-Coleira e o Mico-leão-preto. Nas fotos, tomadas em ambiente natural, foi possível destacar a cativante beleza dos dois mamíferos e as peculiaridades do fenômeno luminoso do cupinzeiro, contrastando o forte matiz verde com o fundo de gradiente escuro do anoitecer. Foram usadas as técnicas de fotografia e computação gráfica. 

Lançamento: 23 de setembro de 2019
Fotos:  Ary Bassous (cupinzeiro luminoso), Gabriela Cabral Rezende
 (mico-leão preto) e Fabio Lima/Instituto Tamanduá (preguiça-decoleira).
Riquezas da Fauna Brasileira

 Os Correios, através da filatelia, têm a honra de apresentar três novos selos da rica fauna brasileira: o cupinzeiro luminoso, o mico- -leão-preto e a preguiça-de-coleira.

Cupinzeiros Luminosos – Observados no Brasil Central constituem um fenômeno impressionante que aparece em relatos de viajantes e naturalistas desde o século XIX. Essa luminosidade ocorre no início da estação chuvosa e dura apenas algumas semanas. Os pontos luminosos que aparecem na superfície dos cupinzeiros construídos pelo cupim Cornitermes cumulans são larvas de um besouro (Pyrearinnus termitilluminans) que medem cerca de 2 cm e cavam túneis na parede externa. Durante a noite a larva expõe parte do corpo através de uma abertura e usa a luz esverdeada emitida por seus órgãos bioluminescentes para atrair presas, especialmente cupins e formigas alados, que revoam em grande número à noite. Cada cupinzeiro pode conter até cerca de 200 larvas. Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) constrói ninhos de barro de forma aproximadamente cônica e com uma parede externa dura, com altura média em torno de 80 cm. Ninhos velhos podem atingir altura de cerca de 1,5 m. Pyrearinnus termitilluminans (Costa, 1982) é um besouro da família Elateridae que possui órgãos bioluminescentes na larva e no adulto. Na larva a bioluminescência é produzida por um par de órgãos arredondados localizados no pronoto, a região dorsal do primeiro segmento do tórax. Como nas outras espécies de besouros luminescentes, a luz é produzida através de uma reação química que envolve a oxidação de uma substância chamada luciferina. Essa luz pode ser usada para comunicação entre indivíduos da mesma espécie ou para a atração de presas. Essa espécie de besouro é conhecida apenas no Brasil. 

Reginaldo Constantino,
Ph.D. Departamento de Zoologia, IB, Universidade de Brasília

 Mico-Leão-Preto – Dentre as quatro espécies de micos-leões que a Mata Atlântica Brasileira abriga, está o mico-leão-preto, Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823), a espécie símbolo do estado de São Paulo. Isso porque ela existe apenas nesse estado, nos remanescentes de Mata Atlântica de Interior e matas ciliares. Devido à intensa devastação dessa floresta e fragmentação de seu habitat, a espécie sofreu uma redução significativa da população a aproximadamente 1500 indivíduos. Para se ter uma ideia, o mico-leão-preto foi considerado extinto por 65 anos, devido à ausência de registros na natureza, até sua redescoberta em 1970. Os micos-leões-pretos são pequenos primatas que pesam cerca de 600 gramas quando adultos. Têm o corpo coberto por uma pelagem longa, predominantemente preta, com exceção do dorso que apresenta coloração alaranjada. Recebem esse nome por conta da pelagem da cabeça, que se assemelha a uma juba de leão. 

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