SOBRE O SELO: (Série: A História Contada na Pedra: A Arte Rupestre na Amazônia)
O selo traz a representação da parede leste da Serra da Lua, na cidade de Monte Alegre/PA, onde aparecem as pinturas rupestres mais importantes e mais conhecidas do acervo da Amazônia. Valorizando a relação homem/lugar, o artista mostra a estética das pinturas e o registro dos vestígios deixados no espaço pelo homem, que escolheu aquele local como morada e abrigo. Foi utilizada a técnica de lápis grafite aquarelável para o desenho do paredão da Serra da Lua e a técnica de aquarela para as pinturas rupestres. fonte: correios
Artista: Mario Baratta - Valor facial: 1° Porte Carta Comercial Área de desenho: 35mm x 25mm Dimensões do selo: 40mm x 30mm Lançamento 12 de agosto de 2013 |
Texto descritivo do Edital
A História Contada na Pedra: A Arte Rupestre na Amazônia
Arte rupestre é o termo mundialmente aceito para designar os desenhos feitos pelo homem nas rochas. A palavra rupestre, originária do latim, significa rocha/rochoso. Esse tipo de manifestação gráfica da pré-história está presente nos cinco continentes e corresponde a uma das formas utilizadas pelos diferentes povos que habitaram o planeta para expressar aspectos de sua cultura. A diversidade cultural se reflete na arte rupestre, cujos grafismos são tão variados na sua forma e significado quanto são diversas as culturas que os produziram.
As técnicas para realizar o registro na rocha são, principalmente, a gravura e a pintura. Os termos petroglifos – para as gravuras rupestres – e pictoglifos – para as pinturas rupestres – são amplamente utilizados para nominar esses vestígios.
A técnica de gravar corresponde à retirada de matéria da superfície rochosa por meio de uma ferramenta. A pintura, ao contrário da gravura, adiciona matéria à superfície. Essa matéria – o pigmento – é elaborada usando os recursos do meio ambiente, sendo as cores mais comuns a vermelha e a amarela, geralmente conseguidas a partir de minerais como o óxido de ferro. A cor preta pode ser obtida do carvão ou do óxido de manganês e o branco do caulim.
A prática de pintar e/ou gravar nas rochas é muito antiga. Na Europa e na Austrália, por exemplo, há sítios com pinturas rupestres de mais de 30 mil anos. Em alguns lugares, a prática se manteve até recentemente, como é o caso dos Bosquímanos, na África do Sul, que até a segunda metade do século XIX ainda pintavam as paredes rochosas dos abrigos.
No Brasil, existem muitos sítios com arte rupestre espalhados desde o Rio Grande do Sul até Roraima. Alguns são amplamente conhecidos e divulgados, como o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, cuja antiguidade das pinturas alcança 12 mil anos.
A arte rupestre do Norte do Brasil ainda é pouco conhecida e são poucas as pesquisas que se dedicam a estudar esses vestígios. No entanto, sabe-se que a prática gráfica rupestre na Amazônia pode ter tido início há cerca de 11.000 anos, nas cavernas de Monte Alegre, no Pará, e aproximadamente 4.000 em Roraima. Além disso, apresenta uma grande diversidade de técnicas e motivos. Uma das principais características é a representação de figuras humanas que aparecem de corpo inteiro ou apenas a cabeça. Nesse caso, o destaque é a presença dos elementos faciais (olhos, sobrancelhas, nariz e boca) que muitas vezes expressam alegria, tristeza ou espanto.
Os modos de vida e de ver/entender o mundo dos antigos povos que habitaram o planeta ficaram registrados materialmente de diferentes formas. A arte rupestre foi uma delas. Lamentavelmente, o significado que em seu momento foi atribuído aos motivos pintados ou gravados ficou perdido no tempo. Hoje, restam apenas as formas dos grafismos e é a partir delas que os arqueólogos fazem suas classificações e definem estilos, levando em conta semelhanças e diferenças entre conjuntos gráficos.
Por meio dessa emissão, os Correios registram a importância da Arte Rupestre Amazônica como forma de compreensão dos modos de vida das sociedades pré-históricas, bem como a beleza única desse tipo de manifestação artística.
Profa. Dra. Edithe Pereira Pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi
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