Arte: Juliane Marie Tadaieski Arruda Fotos: Vilmar Oliveira - valor facial: R$ 1,70 |
Em Córrego Novo, lugarejo de Itinga, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, nasceu, em 3 de agosto de 1924, a artista do barro, conhecida como Mestra Izabel Mendes, que viveu a maior parte de sua vida em Santana do Araçuaí, distrito de Ponto dos Volantes, também em Minas Gerais. Ainda criança, grudada à barra da saia da mãe, já beijava o “barro de ouro” com suas mãos de predestinada, fazendo suas pequenas peças como bonecas e coisinhas para brincar.
As bonecas destacadas nos selos representam os valores que Dona Izabel Mendes atribuía a momentos expressivos do universo feminino, como o noivado, a amamentação e a beleza. Dois selos são dedicados às noivas e seus buquês, e um retrata a mãe amamentando o seu bebê, mostrando a importância desse ato de amor. Os outros selos focalizam bonecas pintadas com barro colorido, técnica desenvolvida pela artista, e que, ainda hoje, é empregada por várias artesãs do Vale do Jequitinhonha. O lançamento deverá ocorreu hoje 31 de agosto de 2016, nas cidades de Itinga e Belo Horizonte - Minas Gerais.
SOBRE OS SELOS
As bonecas destacadas nos selos representam os valores que Dona Izabel Mendes atribuía a momentos expressivos do universo feminino, como o noivado, a amamentação e a beleza. Dois selos são dedicados às noivas e seus buquês, e um retrata a mãe amamentando o seu bebê, mostrando a importância desse ato de amor.
Os outros selos focalizam bonecas pintadas com barro colorido, técnica desenvolvida pela artista, e que, ainda hoje, é empregada por várias artesãs do Vale do Jequitinhonha.
Na vinheta existente na base da folha, consta o título da emissão e mais uma das bonecas noivas criadas pela artesã. A técnica utilizada foi a fotografia, com recursos de computação gráfica.
Em Córrego Novo, lugarejo de Itinga, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, nasceu, em 3 de agosto de 1924, a artista do barro, conhecida como Mestra Izabel Mendes, que viveu a maior parte de sua vida em Santana do Araçuaí, distrito de Ponto dos Volantes, também em Minas Gerais. Filha de João Mendes da Cunha e de Vitalina Maria de Jesus, ainda criança, grudada à barra da saia da mãe, já beijava o “barro de ouro” com suas mãos de predestinada, fazendo suas pequenas peças como bonecas e coisinhas para brincar.
Adulta, abraçou a arte com força, por amor e necessidade de sobrevivência, principalmente a partir da viuvez, em 1978, fazendo peças de utilidades domésticas, de fácil comercialização como panelas, pratos, potes, jarros, bules e suas famosas e encantadoras bonecas. Estas ganharam notoriedade especial e tornaram-se referência do artesanato do Vale do Jequitinhonha, sendo responsáveis pela consagração artística de Mestra Izabel, no Brasil e no mundo. Trabalhava suas peças com criatividade singular, embalando-as e transportando-as, na cabeça, do distrito de Santana do Araçuaí até a cidade de Ponto dos Volantes, na beira do Rio-Bahia, onde as vendia, conquistando a fama de grande artista.
A artista do barro foi referência, fez escola, foi lição. Para o crítico de arte João Paulo (Jornal Estado de Minas, 8.11.2014), “Izabel ensinou pelo exemplo”. Acrescentou, ainda, que “Dona Izabel põe em cena uma verdade que exige nova orientação dos estudos estéticos, do mercado de arte e da própria noção de identidade nacional: é uma das maiores artistas do século 20”. Em 2007, o fotógrafo e incentivador Vilmar Oliveira, lançou o catálogo “Descendo o rio – os caminhos da cerâmica no Jequitinhonha”, premiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional Brasileiro. A publicação, valorizada por biografias e belas imagens, mostra o artesanato como símbolo de expressão artística da região, e põe em lugar de destaque a obra da Mestra Dona Izabel Mendes.
Vilmar Oliveira, com sua lente de apreciador da arte, viu essa verdade de perto, nas conversas com a Mestra: “com a mesma alegria de quando criança, fazendo suas bonequinhas para brincar, ela ensinava a quem quisesse aprender. Dizia sentir-se satisfeita vendo a sua arte brotar em outras mãos, ao lado dela”. Em 2004, sua escultura “A mãe amamentando o filho”, escolhida dentre 90 obras de 16 países, foi vencedora da sétima edição do Prêmio Unesco de Artesanato para a América Latina e Caribe. Em 2005, foi agraciada com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura. Na edição de 2009, o Prêmio Culturas Populares, também do MinC, recebeu o seu nome e, em 23 de março de 2011, na abertura da exposição “Mulheres, artistas e brasileiras”, no Palácio do Planalto, foi homenageada por sua expressividade artística, que, agora, é levada ao mundo por meio dos selos postais emitidos pelos Correios.
Nos versos de Gonzaga Medeiros, a seguir transcritos, fica evidenciada a missão de Mestra Izabel Mendes, que, em sua arte registrava a vida e a tornava esperança em forma de sonhos. Eis Mestra Izabel Mendes em apostólica missão:
Parir bonecas de barro, fazê-las reinar solenes.
Arrumar as noivas, casar os mágicos encantos.
Pregar o verbo da arte, matéria prima dos sonhos.
Multiplicar o pão, alimentar as sementes.
Que pobreza que nada! É riqueza de sonhos, esperança aos milhões.
Izabel Mendes da Cunha faleceu em 30 de outubro de 2014, com 90 anos de idade. Seus herdeiros dedicam-se à continuidade de sua obra, fiéis ao legado de quem construiu com barro e amor uma grande história de vida.
Gonzaga Medeiros
Diretor-Executivo
VALEMAIS – Instituto Sociocultural do Jequitinhonha fonte: correios edital 16
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