SOBRE OS SELOS
Os selos desta emissão destacam 15 espécies de frutas características do cerrado brasileiro, consideradas de aparência exótica e apreciado sabor. Na minifolha, com selos autoadesivos e aplicação serigráfica de verniz, são mostradas 9 espécies, fotografadas em seu ambiente natural, dispostas entre o galho seco de uma árvore típica do cerrado. Na minifolha são destacados o cajuzinho- do-cerrado, a gabiroba, o maracujá silvestre, a pera-do-cerrado, o bacupari-do-cerrado, o baru, o cagaita, o araticum e o pequi. Na folha composta de 18 selos, onde foram utilizadas as técnicas de fotografia e computação gráfica, são destacados o ananás, a curriola, a pixirica, o murici, a marmelada-de-bezerro e a mangaba. Na base da estampa estão representadas as Fitofisionomias do Bioma Cerrado, mostrando as formações florestais, as savânicas e as campestres.
Arte: Fabiano Bastos - Fotos: Fabiano Bastos e José Felipe Ribeiro Lançamento: 11 de setembro de 2016 |
Texto descritivo do edital
Frutas do Cerrado
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem a Embrapa Cerrados como centro de pesquisa ecorregional. Nesse contexto, um dos resultados de mais de 40 anos de atuação da Embrapa e parceiros no Bioma Cerrado foi a identificação de 12.385 espécies vegetais, agrupadas em 11 fitofisionomias, destacadas no esquema. Entre mais de 60 frutíferas nativas comestíveis e presentes nessas fitofisionomias, as 15 espécies deste catálogo têm uso medicinal popular, ornamental, alimentação da fauna, com tecnologia para produção de mudas. Essas frutas, utilizadas pelos primeiros povos do Cerrado, há mais de 11 mil anos, atualmente são consumidas ao natural ou processadas em doces, sorvetes, sucos, salgados e óleos, entre outras formas.
A emissão Frutas do Cerrado é uma parceria entre os Correios e a Embrapa Cerrados para divulgar selos ilustrados com 15 frutas nativas do Bioma Cerrado, a maior savana tropical do planeta. Vamos saborear um pedacinho dessa grande riqueza!
Ananás, abacaxi-do-cerrado: Ananas ananassoides (Baker) L. B. Sm., Família Bromeliaceae: Erva com 70cm, folhas estreitas, longas e espinhentas, o ananás ocorre na Mata de Galeria, Cerradão e Cerrado Sentido Restrito (denso, típico, ralo e rupestre). As flores são polinizadas por abelhas, beija-flores e borboletas. O fruto maduro pode chegar a 20cm, com casca verde-amarelada, polpa amarelo-clara, suculenta, ácida e saborosa, podendo apresentar sementes. Alimenta a anta, entre outros animais.
Araticum, marolo, araticum-do-cerrado, panã: Annona crassiflora Mart., Família Annonaceae: Árvore de até 8m, o araticunzeiro ocorre no Cerradão, no Cerrado Sentido Restrito e no Campo Rupestre. As flores são polinizadas por besouros. Um fruto, quando maduro, com diâmetro de 15cm, pode pesar 2kg. Tem casca esverdeada, polpa amarelada, suculenta, adocicada, aromática e sabor forte. Alimenta canídeos silvestres, anta, roedores, formigas e cupins, entre outros.
Bacupari-do-cerrado, cascudo: Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G. Don, Família Celastraceae: Árvore de até 3m, o bacuparizeiro ocorre no Cerradão e no Cerrado Sentido Restrito. As flores são polinizadas por insetos. O fruto maduro chega a 5cm e tem casca amarela, polpa amarelo-clara, gelatinosa, adocicada e saborosa. Alimenta canídeos silvestres, aves, entre outros.
Baru, cumaru: Dipteryx alata Vogel, Família Fabaceae-Papilionoideae: Árvore de até 25m, o baruzeiro ocorre no Cerradão, na Mata Seca e no Cerrado Sentido Restrito. As flores são polinizadas por abelhas. O fruto maduro chega a 6cm e tem casca e polpa marrons, sabor e odor agradáveis, contendo uma castanha rica em óleo. Alimenta macacos, roedores, aves, morcegos, gado, suínos, entre outros animais.
Cagaita: Eugenia dysenterica DC., Família Myrtaceae: Árvore de até 10m, a cagaiteira ocorre no Cerradão, na Mata Seca e no Cerrado Sentido Restrito. As flores são polinizadas por abelhas. O fruto maduro chega a 3cm e tem casca amarela, polpa amarelada, suculenta, aromática, levemente ácida e saborosa. Alimenta aves, canídeos silvestres, macacos, morcegos, jabotis, entre outros.
Cajuzinho-do-cerrado, cajuí, cajuzinho-do-campo: Anacardium humile A. St.-Hil., Família Anacardiaceae: Arbusto com cerca de 1,5m, o cajuizeiro ocorre no Cerrado Sentido Restrito e no Campo Sujo. As flores são polinizadas principalmente por abelhas. Quando maduro, a cor da casca é vermelha (falso fruto), a parte dura é acinzentada (fruto verdadeiro). Esse conjunto chega a 6cm. A polpa é cor creme, suculenta e ácida. Alimenta aves, canídeos silvestres, insetos, entre outros.
Curriola, fruta-de-veado: Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk., Família Sapotaceae:Árvore de até 8cm, a currioleira ocorre na Mata de Galeria, no Cerradão, no Cerrado Sentido Restrito e no Campo Sujo. As flores são polinizadas por abelhas. O fruto maduro chega a 5cm e tem cor verde. Possui látex branco, polpa branca, doce, gelatinosa e saborosa. Alimenta canídeos silvestres, morcegos, aves, entre outros.
Gabiroba, gabiroba-do-campo: Campomanesia adamantium (Cambess.) Berg, Família Myrtaceae: Arbusto com altura de 30cm a 2m, a gabirobeira ocorre no Cerradão, no Cerrado Sentido Restrito, no Campo Sujo e na borda de Mata Ciliar. As flores são polinizadas por abelhas. O fruto maduro chega a 2cm de diâmetro, e tem cor verde-amarelada, polpa amarela, carnosa, gelatinosa, aromática e saborosa. Alimenta canídeos silvestres, aves, entre outros.
Mangaba: Hancornia speciosa Gomes, Família Apocynaceae: Árvore de até 7m de altura, a mangabeira ocorre no Cerradão, no Cerrado Sentido Restrito e no Campo Sujo. As flores são polinizadas por mariposas, borboletas e abelhas. O fruto maduro chega a 5cm de diâmetro e tem casca fina, cor amarela ou verde, com ou sem pigmentação rosada, e polpa cor creme, carnosa, viscosa, suculenta e saborosa. Alimenta canídeos silvestres, antas, macacos, aves, insetos, entre outros.
Maracujá silvestre, maracujá-do-sono: Passiflora setacea cv.- BRS Pérola do Cerrado, Família Passifloraceae: Trepadeira rústica, esse maracujazeiro silvestre ocorre na Mata de Galeria, no Cerradão, na Mata Seca, no Cerrado Rupestre, no Campo Sujo e no Campo Limpo. As flores são polinizadas por morcegos e mariposas. O fruto maduro chega a 7cm de comprimento e tem casca verde-amarelada, polpa amarelo-clara ou creme, saborosa, suculenta e pouco ácida. Alimenta morcegos, macacos entre outros. É um alimento funcional e um novo produto, com tecnologia para cultivo em escala comercial para a cadeia produtiva.
Marmelada-de-bezerro, goiaba-preta, marmelo-do-cerrado: Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. ex DC., Família Rubiaceae: Árvore com até 8m de altura, a goiabeira-preta ocorre na Mata Ciliar, na Mata de Galeria, no Cerradão, no Cerrado Sentido Restrito e Vereda. As flores são polinizadas por insetos. O fruto maduro chega a 6cm de diâmetro, e tem casca marrom, polpa cinza, quase preta, carnosa, adocicada e saborosa; alimenta macacos, aves, entre outros.
Murici, murici-de-tabuleiro, orelha-de-veado: Byrsonima verbascifolia (L.) DC., Família Malpighiaceae: Árvore de até 5m de altura, o muricizeiro ocorre na Mata de Galeria, no Cerradão, no Cerrado Sentido Restrito, no Campo Rupestre e no Campo Sujo. As flores são polinizadas por abelhas. O fruto maduro chega a 2cm de diâmetro, e tem polpa esbranquiçada, carnosa, adocicada e ácida. Alimenta canídeos silvestres, anta, aves, morcegos, entre outros.
Pequi, piqui-do-cerrado, amêndoa-de-espinho: Caryocar brasiliense Cambess., Família Caryocaraceae: Árvore de até 12m de altura, o pequizeiro ocorre no Cerradão e no Cerrado Sentido Restrito. As flores são polinizadas por morcegos. O néctar das flores alimenta morcegos, aves e formigas. As flores alimentam roedores, veados e tatus. O fruto maduro chega a 8cm de diâmetro e tem casca verde. É carnoso, aromático, de polpa amarela, possuindo caroço com espinhos e amêndoa rica em óleo. Os frutos são consumidos por emas, seriemas, araras, gralhas, roedores, veados, gambás e bovinos, entre outros.
Pera-do-cerrado, cabacinha-do-campo: Eugenia klotzschiana Berg, Família Myrtaceae: Arbusto de até 1m, a pereira-do-cerrado ocorre no Cerrado Sentido Restrito, no Campo Sujo e no Campo Limpo. As flores são polinizadas por insetos. O fruto maduro varia de 6cm a 10cm, e tem casca fina e amarelada, polpa esbranquiçada, carnosa, mole e aguada. O sabor pode variar de doce a ácido, conforme a região. É uma planta comentada na obra Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, quando o autor toma uma “limonada de cabacinha-do-campo”.
Pixirica, canela-de-velho, quaresma-branca: Miconia albicans (Sw.) Triana, Família Melastomataceae: Com até 2,5m de altura, esse arbusto ocorre na Mata de Galeria, no Cerradão, no Cerrado Sentido Restrito, na Vereda e no Campo Sujo. As flores são polinizadas principalmente por abelhas e borboletas. Produz grande quantidade de frutos multicoloridos. Quando maduro, o fruto tem 1cm de diâmetro e casca verde-esmeralda, polpa verde-clara, adocicada, saborosa e com muitas sementes pequenas. Alimenta aves, canídeos silvestres, quatis, macacos, cuícas, morcegos, roedores, antas, formigas, entre outros.
Belíssima matéria sobre os selos dessa série, parabéns pelo blog.
ResponderExcluirtrabalho muito bonito! técnico e artístico!
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