SOBRE OS SELOS
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Lançamento 17.12.2018 - Foto: Luciano Rocha (Itaimbezinho) |
A emissão compõe-se de dois blocos,cada um com um selo, mostrando imagens de dois cânions que ocorrem no sul do Brasil, entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Ambos apresentam extensos paredões originados por processos erosivos, característica dessa formação geológica, e sua influência no clima e na vegetação desse bioma. O selo do bloco que retrata o Cânion Itaimbezinho, sintetiza a imagem principal apresentando o desfiladeiro íngreme, onde cresce a vegetação típica. Ao fundo, a visão da serra dá a dimensão da altura e da verticalidade do precipício. Da base do selo ao centro pode-se ver o Rio do Boi, que corre na fenda do Cânion. O selo do bloco Cânion Fortaleza destaca as características evidenciadas na imagem maior: o topo plano, contrastando com a exuberância das formações florestais que brotam dos flancos da ravina. A cerração que preenche o espaço vazio entre as margens do despenhadeiro é comum nos finais de tarde do Parque. Foi utilizada técnica de fotografia.
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Lançamento: 17.12.2018 - Foto: Silvana Oliveira (Fortaleza) |
CÂNIONS BRASILEIROS
Cânions são formações geológicas compostas de
enormes paredões, que podem se estender por centenas de
quilômetros e alguns chegam a atingir mais de 5 mil metros
de extensão. São esculpidos ao longo de milhões de anos.
As suas formações são esculpidas lentamente pelo fluxo dos
rios, córregos, pelos ventos e também pelos deslocamentos
de placas no interior da crosta terrestre que elevam
gradualmente o relevo da região.
No Brasil, existem grandes variedades dessas fantásticas
formações geológicas, sendo a região Sul do país, o local
onde há maior concentração de cânions.
Nos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra
Geral estão localizados os maiores cânions do Brasil. Com
até 1000m de profundidade, eles começaram a se formar há
pelo menos 130 milhões de anos, quando uma forte explosão
subterrânea precipitou um derrame de lavas basálticas que
se esparramaram em forma de crosta e, posteriormente,
racharam. De tão afiadas, as bordas que emergiram deste
processo pareciam ter sido aparadas a faca, motivo pelo qual
o lugar ficou conhecido como Aparados da Serra. Tempos
depois, o topo dessa serra foi coberto por densa vegetação
de araucárias, árvores que, ainda hoje, podem ser apreciadas
próximo as bordas dos cânions. Atualmente, este patrimônio
paisagístico encontrado nas escarpas da Serra Geral está
aberto à visitação turística.
O cânion Itaimbezinho, situado na divisa dos estados
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, é o mais visitado
pelos turistas. Este cânion possui grandes paredes de
rocha bem verticais e o seu desfiladeiro tem uma extensão
de 5,8km, com largura máxima de 2km e uma altura de,
aproximadamente, 700 m. Na parte superior, pode-se apreciar
a Cachoeira das Andorinhas e a Cachoeira Véu da Noiva. O
nome Itaimbezinho deriva do tupi-guarani e significa ‘pedra
afiada’. Constantemente, caem pedras pontiagudas de suas
paredes. Este cânion pode ser visitado pela parte baixa,
andando sobre seixos rolados, no leito do Rio do Boi, em
meio às paredes suntuosas deste cânion.
O cânion Fortaleza, localizado no limite dos municípios
de Cambará do Sul, no estado do Rio Grande do Sul e de
Jacinto Machado, no estado de Santa Catarina, é um dos mais
extensos e profundos da região, com altitude variando de 200
a 1000m e o seu interior coberto por formações florestais. As
suas bordas possuem diversos mirantes naturais, de onde é
possível a contemplação da exuberância deste cânion, com
suas quedas d’água e monumentos naturais curiosos como a
“Pedra do Segredo.”
Com essa peculiaridade paisagística única, os Correios
emolduram com picote de selo as obras de artes que a
natureza ao longo de milhares de anos esculpiu.
Fábio Vellozo
Chefe do Parque Nacional de Aparados da Serra e
Parque Nacional da Serra Geral
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