Sobre o Selo
As fotos de ambos Imortais da ABL
foram trabalhadas digitalmente
para refletir um tom quase
dourado. Foi aplicado o ex-libris da
ABL em vetor, com único toque em
cor verde no centro da composição
e os nomes inseridos em faixas
idênticas, ressaltadas por suave
sombra para dar destaque. Fundo
nos mesmos tons, equilibrando e
unificando os elementos, criando
um conjunto sóbrio que foi
cuidadosamente pensado, tanto
do ponto de vista da composição
quanto do esquema cromático.
As técnicas utilizadas foram
fotografia e computação gráfica.
Arte: Lidía Marina Hurovich Neiva - Lançamento: 20 de julho de 2019 Dimensões do selo: 76 x 38 mm - |
Homenagem aos Imortais da
Academia Brasileira de Letras - ABL
Os Correios tem a honra de homenagear em Selos Postais dois
imortais fundadores das cadeiras 23 e 27 da Academia Brasileira
de Letras – ABL, os ilustres da literatura brasileira: Machado de
Assis e Joaquim Nabuco.
Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis, jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de
Janeiro/RJ, em 21 de junho de 1839, e faleceu, também, no
Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. É o fundador da
Cadeira n.º 23 da Academia Brasileira de Letras.
Velho amigo e admirador de José de Alencar, Machado o escolheu para seu patrono. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.
Velho amigo e admirador de José de Alencar, Machado o escolheu para seu patrono. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.
O primeiro livro publicado por Machado de Assis foi a tradução de Queda que as mulheres têm para os tolos (1861). Seu
primeiro livro de poesias, Crisálidas, saiu em 1864. Em 1867,
foi nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário
Oficial. Em 12 de novembro de 1869, casou-se com Carolina
Augusta Xavier de Novais, que foi sua companheira perfeita
durante 35 anos.
Colaborou na Revista Brasileira, e, do grupo de intelectuais que se reunia na redação, surgiu a ideia da criação da
Academia Brasileira de Letras, projeto que Machado de Assis
apoiou desde o início. Comparecia às reuniões preparatórias e,
no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia,
foi eleito presidente da Instituição, à qual se devotou até o
fim da vida.
A obra de Machado de Assis abrange, praticamente, todos
os gêneros literários. Na poesia, inicia com o romantismo de
Crisálidas (1864) e Falenas (1870), passando pelo Indianismo
em Americanas (1875) e parnasianismo em Ocidentais (1901).
Paralelamente, apareciam as coletâneas de Contos fluminenses
(1870) e Histórias da meia-noite (1873); os romances Ressurreição
(1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878),
considerados seu período romântico.
A partir daí, Machado de Assis entrou na grande fase das
obras-primas, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos maiores autores da literatura de língua
portuguesa.
A obra de Machado de Assis foi, em vida do autor, editada pela Livraria Garnier, desde 1869. Em 1937, W. M. Jackson,
do Rio de Janeiro, publicou as Obras completas, em 31 volumes. Raimundo Magalhães Júnior organizou e publicou, pela
Civilização Brasileira, os seguintes volumes de Machado de Assis: Contos e crônicas (1958); Contos esparsos (1956), Contos esquecidos (1956), Contos recolhidos (1956), Contos avulsos (1956),
Contos sem data (1956), Crônicas de Lélio (1958) e Diálogos e reflexões de um relojoeiro (1956).
Joaquim Nabuco
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, escritor e diplomata, nasceu no Recife/PE, em 19 de agosto de 1849, e faleceu
em Washington, EUA, em 17 de janeiro de 1910. Compareceu
às sessões preliminares de instalação da Academia Brasileira,
fundador da Cadeira n.º 27, que tem como patrono Maciel
Monteiro. Designado secretário-geral da Instituição na sessão
de 28 de janeiro de 1897, exerceu o cargo até 1899, e de 1908
a 1910.
Era filho do Senador José Tomás Nabuco de Araújo e de Ana
Benigna Barreto Nabuco de Araújo. Em 1865, seguiu para São
Paulo, onde fez os três primeiros anos de Direito e formou-se no
Recife, em 1870. Foi Adido de Primeira Classe em Londres, depois
em Washington, de 1876 a 1879.
Atraído pela política, foi eleito deputado geral por sua província, vindo então a residir no Rio. Sua entrada para a Câmara marcou
o início da campanha em favor do Abolicionismo, que logo se tornou causa nacional. De 1881 a 1884, Nabuco viajou pela Europa e,
em 1883, em Londres, publicou O Abolicionismo.
De regresso ao país, foi novamente eleito deputado por
Pernambuco, retomando posição de destaque da campanha abolicionista, que cinco anos depois seria coroada de êxito. Ao ser proclamada a República, em 1889, permaneceu com suas convicções
monarquistas. Retirou-se da vida pública, dedicando-se à sua obra
e ao estudo.
Nessa fase de espontâneo afastamento, frequentava a redação da Revista Brasileira, onde estreitou relações de amizade com
Machado de Assis, de cujo convívio nasceria a Academia Brasileira
de Letras, em 1897.
Nesse período, Joaquim Nabuco escreveu duas de suas obras
mais importantes: Um Estadista do Império, biografia do pai, mas
que é, na verdade, a história política do país naquele período, e
um livro de memórias, Minha formação, obra clássica de literatura
brasileira.
Em 1901, era acreditado em missão ordinária, como embaixador do Brasil em Londres e, a partir de 1905, em Washington.
Grande era o seu prestígio perante o povo e o governo norte-
-americanos. Faleceu em Washington. Seu corpo foi conduzido,
com solenidade excepcional, para o cemitério da capital norte-
-americana e depois trasladado para o Brasil no cruzador North
Caroline.
Marco Lucchesi
Presidente da Academia Brasileira de Letras
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