sábado, 25 de janeiro de 2020

Estação Antártica Comandante Ferraz - Brasil

Sobre o Selo 
O selo celebra a inauguração da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, construída pela Marinha do Brasil. A fotografia escolhida para compor o selo traz uma imagem aérea da estação, sendo assim possível capturar, além da paisagem natural do continente, todos os módulos e instalações que compreendem a estrutura da nova estação. No canto superior direito temos a logomarca da estação e que também é o título da emissão. Foram utilizadas as técnicas de fotografia e computação gráfica.


Selo emissão de 14 de janeiro de 2020, foto da Marinha do Brasil, arte de Jamile Costa Sallum, dimensões de 38 x 38 mm. Fonte Edital 1/2020 dos Correios do Brasil


Estação Antártica Comandante Ferraz

 62º05’S; 58º23’W. Baía do Almirantado, Península Keller, Ilha Rei George, Arquipélago das Shetlands do Sul. Este é o endereço do Brasil na Antártica desde o verão de 1984. O nome da estação brasileira é uma homenagem ao Capitão de Fragata Luiz Antônio de Carvalho Ferraz, oficial hidrógrafo, um dos pioneiro nas atividades brasileiras naquela região. Já em 1986 passou a operar durante os 365 dias do ano e nos anos de 2007 e 2008, após um intenso processo de revitalização, a Estação foi ampliada para 2.250m².

   Após 28 anos apoiando a comunidade científica, sofreu, na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2012, um incêndio que afetou 70% de suas instalações. A fim de garantir a presença permanente do País na Antártica, durante a reconstrução das edificações definitivas da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, foram instalados os Módulos Antárticos Emergenciais.

   As obras tiveram início em 2016, após realização de um concurso para escolha do projeto arquitetônico moderno e de design inovador. Composta por 17 laboratórios, sendo 14 no edifício principal, conta ainda com os setores privativo, social, de serviços, de máquinas, totalizando uma área construída de cerca de 4.500m2 e capacidade de acomodar até 64 pessoas. A nova Estação foi construída pela Marinha do Brasil no mesmo local ocupado pelas instalações anteriores, de forma a minimizar os impactos antrópicos. Em função das tecnologias de ponta e materiais de alto desempenho, representa um enorme salto na qualidade das instalações e na eficiência energética, o que possibilitará a realização de pesquisas em uma plataforma ambientalmente sustentável, segura e confortável. 
   Suas estruturas, concebidas em aço especial de alta resistência à corrosão, e suas fundações foram dimensionadas para resistir às condições ambientais rigorosas da região. A opção por uma instalação modular possibilitou a máxima repetição dos componentes construtivos visando a racionalização dos processos de fabricação e transporte, e a consequente redução do tempo de montagem e dos custos de manutenção.

    Pautado na sustentabilidade, o projeto da nova Estação contemplou características que permitirão menores consumos de combustível fóssil e de água. O design da estrutura sobre pilotis cerca de 2,5m acima do solo e a envoltória térmica composta por várias camadas de isolamento resultam em significativa redução de perda de calor para o ambiente, aliada a uma configuração cujo layout permite reduzir ao mínimo consumo de energia em determinados períodos do ano. A utilização de sistemas alternativos de produção de energia renovável – eólica e fotovoltaica – e a recuperação do calor liberado pelos diesel-geradores (cogeração) garantem a eficiência energética do empreendimento e a consequente redução na emissão de gases de efeito estufa. Para a gestão de águas foi proposto o tratamento dos efluentes finais por meio da técnica com radiação UV (ultra-violeta) e um sistema de esgotamento sanitário que separa as águas cinzas das águas negras, de forma que as águas servidas possam ser reaproveitadas após o tratamento, reafirmando assim o compromisso do País com os cuidados ambientais preconizados no Protocolo de Madri, parte complementar do Tratado Antártico dedicado ao compromisso de preservação ambiental. 

   No que tange à segurança, o princípio básico adotado foi a setorização dos compartimentos de acordo com o seu uso e o isolamento de riscos, bem como a instalação de barreiras corta-fogo e a adoção de sistemas de combate e extinção de incêndios.

   O propósito maior do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) é garantir a participação do Brasil nas decisões sobre o destino da Antártica. Essa região com características ímpares que possui mais de 14 milhões de km², concentra cerca de 70% da água doce do planeta, guarda, sob espessas camadas de gelo, abundantes recursos minerais e exerce forte influência sobre o clima do nosso território, constituindo um verdadeiro laboratório natural onde se torna possível desvendar mistérios da atmosfera, dos oceanos e da vida. Dessa forma, a necessidade de estar presente torna-se cada vez mais imperiosa, tanto pelo interesse científico quanto estratégico, e a manutenção da Estação Antártica Comandante Ferraz permite ao Brasil desenvolver e cooperar com o estudo, pesquisa, conhecimento, proteção e preservação do continente dedicado à paz e à ciência, objetivo primeiro dos países membros do Tratado Antártico. Marinha do Brasil 

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