quarta-feira, 29 de setembro de 2021

150 anos da Lei do Ventre Livre - Brasil

 Sobre o Bloco

 “Corpos negros, nascidos, são livres ainda hoje?”

 Diego Mouro

 A arte  traz  duas  crianças negras  brincando  como o ápice simbólico da liberdade.  Elas sorriem, saltam,  quase como  se  voassem  livres. Os  lençóis e os  varais presentes na obra  figuram como elementos simbólicos,  remetendo ao resgaste dos afetos criados no interior  das  famílias.  O artista se insere nessa lembrança nostálgica, através da  figura de sua avó e no afeto que ela colocava  no  trato  com  as  roupas.  As  camadas sobrepostas das peças no  varal se conectam a este lugar  da memória,  a esses afetos  familiares que se constroem e que,  de alguma  forma, protegem e prezam por  essas  vidas e liberdades. Todavia,  essa ideia de construção afetiva de família é  também atravessada pela ameaça constante às  vidas negras,  exercida por  um estado que insiste em mantê-las  prisioneiras de estigmas e encarcera-las continuamente.  Por isso,  uma sombra ameaçadora se insinua atrás dos lençóis,  representando os diversos braços institucionais que mantém essas  vidas  vigiadas, reféns  do  medo  e  da  lembrança  de  que  liberdade não  é  algo  definitivo  para  a  população  negra brasileira.  A  imagem problematiza,  desse modo, a celebração dos 150 anos da Lei do  Ventre Livre.  Enquanto os selos exaltam a liberdade,  os sorrisos e a beleza no cotidiano nas  vidas negras, o bloco propõe uma reflexão sobre o significado e valor  da liberdade no Brasil. Fonte: Edital 16/2021 Correios do Brasil #filatelia #colecionismo

Lançamento: 28 setembro de 2021 - Arte: Diogo Mouro
Tamanho: 25 x 29 mm

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